sábado, 11 de setembro de 2010

Vácuo



Não pensar em nada,

Pensar em não pensar.
Penso, e finjo que não.
Não finjo nada
ou finjo que não finjo,
e não sei nada,
ou penso que não sei sabendo.

Duvido do óbvio
e acredito no impossível,
vez outra sou descrente
por nada saber,
ou sei e prefiro me abster.

Ter o que não tenho
e não ter o que possuo,
é sentir o que não se manifesta.
Viver o mínimo do tempo,
ou o máximo tempo do mínimo viver?
Incompreensível estar,
é estar aqui e não se ver,
ou esquivar-se para não o perceber.

Amar e odiar
é andar sem caminhos.
Sonhar com tudo e acordar com o nada.
É esperar pelo que não vem,
ou por quem não existe.
É andar solitário, (acompanhado de alguém).
Não achar a saída e caminhar em círculos
sem deixar marcas, nem passos,
ou deixar passos e fracassos
como alguém que nunca esteve aqui.

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